sexta-feira, julho 13, 2007
Aproveito a ocasião do Dia Mundial do Rock para falar de um disco clássico da vertente que é tratada aqui no Ace of Spades, nosso amado Heavy Metal. Trata-se de um disco com uma das capas mais bonitas que já vi: o clássico do Metallica ...And Justice For All, de 1988.
Trata-se de um álbum controverso e polêmico. Primeiro, porque é a estréia oficial de Jason Newsted no baixo, em substituição ao lendário Cliff Burton. Sim, Newsted estreiou no Garage Days de 1987, mas Justice foi o primeiro álbum de inéditas, em que ele mostrou sua performance como compositor de linhas de baixo. Ou será que não?
Faço esta pergunta porque, em nenhum momento de nenhuma das 9 músicas é possível ouvir o baixo. Erro imperdoável de produção, talvez a gota d'água que tenha feito o Metallica se separar de Flemming Rasmussen, produtor dos três discos anteriores da banda e deste aqui. Para mim, que sou baixista nas horas vagas, é como se fosse uma comida sem cozinhá-la. A batida da bateria fica seca, as guitarras perdem um pouco do brilho. Uma pena.
Outro fato que causa polêmica é a longa duração das composições. O disco tem 65 minutos e 9 músicas, média de 7 minutos e meio por faixa. Das 9 músicas, só duas têm menos de 6 minutos. Mesmo assim, não vejo isso como um problema, pelo contrário. Várias das melhroes canções metálicas são longas. O problema é o exagero tecnicista. O Metallica anterior a ...And Justice For All estava ficando progressivamente mais técnico: pancadaria geral em Kill'em All, início de composições cadenciadas em Ride the Lightning, e o auge da sincronia perfeita entre peso e técnica em Master of Puppets. Justice passa um pouco do ponto em termos técnicos, com solos às vezes muito longos e cansativos, riffs complexos (o que não é de modo algum ruim), letras trabalhadas e de alto nível de consciência. Como a má qualidade da gravação não acompanhou a evolução técnica da banda, o trabalho final acabou ficando um tanto comprometido.
Mesmo assim, a razão de ...And Justice For All estar aqui nesta data tão signficativa é qualidade particular de algumas composições. Blackened, com tema ecológico, tem um ótimo refrão, aliando peso e velocidade. De cara, se percebe mais uma vez a evolução de James Hetfield, que aqui quase atinge seu nível final de qualidade, comprovado no posterior Black Album (1991). A faixa-título tem também grandes momentos, apesar de exagerar um tanto na técnica, o que a torna um tanto longa (09:44).
A melhor de todas, e, na minha opinião, melhor da carreira do Metallica, é One. Começa como uma balada, termina poderosíssima, com ótimo refrão, tema depressivo, com o peso entrando aos poucos, refrão forte, solos fantásticos e aquela parada sensacional e assustadora que qualquer fã do Metallica até hoje se arrepia. Música perfeita, onde se esquece qualquer "baboseira", como erros de produção. Vale o disco, sem dúvida.
Há outras muito interessantes, como Eye of the Beholder e Harvester of Sorrow, e a instrumental To Live Is to Die, composta a partir de linhas de baixo compostas por Cliff Burton. As outras 3 músicas são fracas e não acompanham a qualidade das demais.
Portanto, é um disco que vale à pena ter na coleção. Por ser um grande clássico do Thrash Metal, um marco da carreira do Metallica, que popularizou a banda, que tem o primeiro vídeo-clipe (One), uma capa lindíssima e a melhor música da carreira destes norte-americanos. Não é de fácil audição, eu mesmo demorei a gostar. Não é daqueles que não sai do Play, mas sempre de vez em quando nos chama a dar uma escutadita. Nota 7,0
Metallica - ...And Justice For All
Lançamento: 1988
Produção: Metallica e Flemming Rasmussen
Gravadora: Elektra
Faixas: 09
Tempo: 65'32"
Formação: James Hetfield (V, G), Kirk Hammett (G), Jason Newsted (B) e Lars Ulrich (D)
posted by Vicente Fonseca @ 10:01 PM,
4 Comments:
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At 3:02 PM,
said...
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Concordo contigo, "One" é uma das músicas mais poderosas já escritas por uma banda de Heavy Metal, e aquela paradinha é muito foda - "assustadora" é uma boa palavra para descrevê-la. Quanto ao baixo, ouve-se um pouco dele (distorcido) em "Blackened" e ecos distantes em "The Shortest Straw" e no início da própria "One". No mais, é verdade, uma produção indigna de um gigante como o Metallica.
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At 6:52 AM,
said...
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Numa entrevista para a playboy americana na época de lançamento do St. Anger, até falaram das linhas de baixo nesse álbum. O Lars diz que ficou meio decepcionado com a gravação, e o James diz que uma vez entregaram de sacanagem uma cópia do álbum com um adesivo dizendo "Agora com linhas de baixo!"
De qualquer forma todo esse lance era principalmente um reflexo da difícil relação colocada sobre o jason newsted, que nunca pôde colocar uma linha sequer de baixo, contribuir com composições suas ou mesmo fazer projetos paralelos (james odiava essa idéia); não à toa que o cara acabou saindo da banda aliás. Não sei se o produtor acabou pagando o pato, mas o fato é que o núcleo da banda não parecia estar se preocupando muito com isso principalmente depois do cliff burton passar desta para melhor..
Abs
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At 7:40 PM,
Orion said...
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Quanto a isso de nao se dar por ela do baixo tbm axo um bocado mau, ate o jason achou isso e tem razao porque ele e um optimo baixista mas tirando isso o album e um dos melhores de metallica sem duvida, na minha opiniao nunca tao bom como o master mas isso ja e dificil ou talvez impossivel..Mas tem a musica com o melhor solo de sempre, one claro e mesmo outras musicas como and justice for all , harvester of sorow sao grandes musicas...mas e preciso um bocado de tempo pa entender bem o cd..mas um dos melhores do trash sem duvida
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At 9:08 AM,
said...
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Cara , primeiramente o baixo realmente esta quase ausente . Nao concordo com o abuso técnico acho que o cd tem que ter mesmo riffs esticados , e tem musicas como the shortest straw que é Muito bem feit a, fudida ....nao é nada fraca.
resumindo se falo merda pra caralho , blogueiro é td uma merda mesma .
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